terça-feira, 28 de maio de 2019

Um novo dia

A cada dia, ele devia ser mais que o anterior
Mais sábio, mais envolvente, mais delicioso
Mas a moeda e a vida têm sempre duas faces
Mais doloroso, mais distante, mais agreste

Adormeci na ilusão , sonhei no sonho
Acordei na realidade do solo argiloso
Seco, árido, desprovido de vida e sopro
A brisa arrastou a vida, e a vida afastou o céu

Juntos isoladamente, separados pelo sangue
Marca de fogo, cicatriz de ferida aberta
Ficou a escuridão da incerteza vazia
E o cerrado nevoeiro do corpo e da mente

Mas um novo amanhecer alvorou
Uma nova vida saiu da lua
E o pesadelo passou a verdejante realidade

Venha o amor
Venha a vida
Venha tudo o que tiver que vir
Venha o bom e o menos bom
Venha pois juntos tudo passaremos
Venha pois juntos tudo sonharemos
Venha pois juntos tudo viveremos 
Venha a harmonia e a paixão
Venha , que bem vinda serás

Pois afinal desde que te conheço um novo dia começou
E o velho passado se afastou

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Devaneios

A mente humana é curiosa.

Pode guardar o melhor sorriso, a melhor face e o melhor carinho
O mais belo beijo, o mais delicioso sexo, o doce e adorável abraço e dar de mãos
Depois dá um click, e coloca tolas sombras negras e receosas sobre tudo isso

Ah mente malvada, racional ou irracional
Seguramente medrosa, tola e insolente
Pois desperdiça vida , por diversos maus passados ou más escolhas
Fantasmas invejosos e intriguistas assombram os céus
Frutos presentes agarram o andar e puxam para trás
Não libertas o porto e ancoras em nova e bela baía

A forte e calorosa luz incandescente que tão boa é
Mente, que mentes a ti mesmo
Esganas o teu mestre numa prisão sem sentido
Abre os grilhões, perde o pedernoso caminho percorrido
Segue a Yellow Brick Road com alguém ao teu lado

Mente, tu mentes, e lembras o passado e o menos bom
Para te impedir o presente dourado ou o futuro radioso
A mente também tem a capacidade imprópria de esquecer
Desprezar e dar-se ao abandono de pessoas, ideias e situações
Receios e inseguranças que deviam estar com Neptuno 
Isto sim é triste e não deve acontecer.

Tudo isto se diz pois afinal são apenas devaneios soltos na atmosfera

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Quando dois se tornam um

Nos sentimentos entre homem e mulher

Não há diferença na educação
Não há diferença onde vives
Não há diferença na vida passada
Não há diferença naquilo que se tem
Não há diferença no que és ou o que foste
Não há diferença nas pessoas que conheces

Gosta-se porque sim, não há explicação.
Não devemos fugir, ter complexos ou medos
No sentimento só há descoberta, cumplicidade e profundo amor
Pintado com amizade, carinho e honestidade

Ajudam-se porque sim
Amparam-se nos momentos maus porque sim
Riem-se nos momentos bons porque sim
Se um não pode, pode o outro, porque sim
Mútuo amparo no seio do casal e da casa, porque sim
Partilham a vida, o tecto e as vivências, porque sim
Pensam um no outro e vivem saudade, porque sim
Falam, escrevem, gritam para se ouvirem, porque sim
Não aguentam o silêncio do dia, porque sim 
Amam loucamente, porque sim

Às vezes o que nos parece bom demais
É simplesmente assim e merecido
Por vezes demora a vir, mas chega
Avançar sem receio e sem defesas
Entregar e dar tudo para tudo receber

Sim o bom torna-se fantástico e único
Quando dois se tornam um

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Gostaria de Algo Mais

Mas pouco tenho e muito sonho
É o que a vida me dá
É real mas de curto pavio
Gostaria de ter
Mas não depende de mim


Sinto falta do calor, do cheiro e da presença
A chegada da unificação física e sensorial está perto
Imagino, penso, planeio, uma estrada a construir
Beco com luz e saídas escondidas
A corta a estrada das nossas veias

Viver sem ter, é castrador e fustigante
Esperança, muita, mas muros surgem da terra
Muros existem para ser saltados e seguir o caminho do prado
Obstáculos, alguns e de alguns lados, contornáveis pela vontade do sangue

Há que saltar, sorrir, insistir
Força férrea, mas coração inundado de gentileza
Nunca baixar a cabeça, altivo e confiante, postura férrea
Ir em frente, cortar mato, incendiar a selva
Encontrar um oásis para matar a minha sede
Sozinho na multidão, acompanhado na ilusão
Inundado de raios fulminantes que cegam

Olho para o céu, e chuva ácida me cai
O tempo é inimigo da flutuante vida
Imaginar, dar a volta e mudar
Sem me ferir, dando-me o mapa da vida
Gradualmente, em ofegante ritmo talvez lá cheguemos

Forte, aguardo, insisto enquanto o sol brilha
Gostaria de algo mais e vou ter