sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Vale Sempre

Sentado no lado falso da estrada
A olhar para velhas glórias passadas
Fica o corpo e a mente prostrada
Em nuvens cinzentas não se vê a estrada

Com um caminhar acompanhado
Até onde será esse passo dado
Olhos vivos e amados
Até onde serão levados

Velho rei sem coroa
Em corredores escondidos sem nada
Portas batidas e janelas fechadas
Será tudo levado pela enxurrada

Lamento á lua a sorte escorrida
Somente tu, diva, me dás alento
Resistirá o teu amor profundo
A tanta maré de tormento

Gruta e vale com seiva alheia semeada
Escarpas perdidas no monte agreste
É o presente fonte de ciúme em cascata
Poderá o ser viver com nuvem e sem teste

De que vale ter destino
Se a estrada não tem saída
De que vale entregar a alma
Se o ar não respira

De que vale a paixão
Se a floresta não tem visão
De que vale o braço estendido
Se ela se deixa sozinho e sem sentido

De que vale estar ao lado
Se o outro coração está afastado
De que vale dar a vida
Se o rio não tem saída

Vale sempre acreditar
Pois a dois só se pode amar
Vale sempre a união
Pois a dois existe amor e paixão

De que vale ter as velas
Se o teu ar não me chega
De que serve ter o fogo
Se o calor não te encontra

De que vale ter o lago
Se não dá para nadar
De que vale ser a lua
Se não há nada para iluminar

De que vale ter a vela
Se a luz se extingue
De que vale ter a estrada
Se o destino está sem nada

Vale sempre acreditar
Pois a dois só se pode amar
Vale sempre a união
Pois a dois existe amor e paixão

Vale sempre
Vale sempre a pena
Vale sempre a pena a iluminação
Vale sempre a pena passar da ilusão
Vale sempre a pena pois o amor não é coisa pequena

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