Caros leitores
Hoje contrariamente ao habitual, não irei escrever um poema ou versos líricos.
Irei dissertar sobre o amor. Sim aquilo que nos faz mover, que tanta dor e prazer nos trás, que forças ou desalento nos incorpora no sistema físico e mental.
Mas comecemos pelo inicio, plasmando algumas definições teóricas sobre o significado da palavra e sentimento amor:
Amor (do latim amore) é uma emoção ou sentimento que leva uma pessoa a desejar o bem a outra pessoa ou a uma coisa.
Embora seja corrente a máxima "o amor não se define, o amor se vive", há várias definições para o amor como: a "dedicação absoluta de um ser a outro", o " afeto ditado por laços de família", o "sentimento terno ou ardente de uma pessoa por outra" e aqueles em que também se inclui a atracão física, tornando-o aplicável também aos animais, um mero "capricho", as aventuras amorosas, o sentimento transcendental e religioso de adoração, perpassando ao sinonimo de amizade, apego, carinho, etc.
Amor verdadeiro é aquele onde duas pessoas se amam, independente das situações e problemas que possam viver.
O amor verdadeiro é aquele onde nada abala e que resiste a qualquer dificuldade, fazendo com que o casal fique unido nos momentos ruins e celebre todos os momentos alegres juntos.
Amor verdadeiro é um tema muito discutido, muitas pessoas duvidam se ele realmente existe. Com a promiscuidade existente, muitas pessoas deixaram de acreditar no amor verdadeiro, e isso geralmente acontece depois de vivenciar experiências ruins, como traição, falta de confiança, humilhação e etc.
Reflexão filosofal sobre o amor
Vamos centrar-nos no amor entre um homem e uma mulher.
Efectivamente é usual a utilização deste termo na relação que se estabelece entre um casal.
Mas será que tem sempre o mesmo significado? Existirá sempre a mesma percepção sobre esta pequena mas poderosa palavra e sentimento? Será o termo usado de forma leviana e supérfula, somente para captar a atenção do outro e estabelecer o fortalecimento ou salvação de uma relação?
Vejamos. É usual durante a vida amorosa de um homem ou mulher, ser dito : Amo-te.
Palavra mais usualmente referida nomeadamente quanto se celebra a união entre duas pessoas (casamento ou similar).
Mas e quando acaba esse " amor" e o afastamento se instala. Obviamente que esse sentimento desaparece.
Contudo, a vida celebra em si várias voltas e jornadas, e quando reencontramos novamente um ser com quem partilhamos o corpo e a mente, obviamente que mais cedo ou mais tarde lhe diremos : amo-te.
O mesmo sucede quando se repete novamente o acima mencionado. Por exemplo, ao término de um ciclo outro se abre e inevitavelmente iremos voltar a repetir a tão já calejada palavra neste texto mencionada : Amo-te.
Ora aqui reside o meu ponto de reflexão. Ao manifestar-mos este sentimento e a sua verbalização várias vezes, qual delas é verdadeira? Ou são sempre verdadeiras em função do tempo e pessoa com que é utilizado? Assim sendo é utilizada de forma conveniente e egoísta.
Ou seja, é possível amar depois de amar?
Ou todas as certezas que tinha-mos se esfumam quando a vez seguinte é melhor que a anterior? Assim sendo, como reconhecer o finito e real significado da palavra amor?
Porque razão enganamos e nos enganamos? Ignorância? Esperança? Desconhecimento?
Será que mentimos a nós próprios e a quem estamos?
Será que não sabemos o que é o amor até o encontrar-mos realmente?
Como sabemos que "desta vez é que é", não foi sempre assim que pensamos das vezes anteriores?
Onde se encontra o fim e profundo sentir deste sentimento?
Meus caríssimos leitores. Não é possível amar depois de amar.
Este sentimento implica a entrega e dedicação total a outra pessoa. Implicada ser-mos segundos e o outro o primeiro. Implica defender, ajudar e amparar o outro sem qualquer restrição ou exigência.
Ou seja. Seremos mentirosos quando dizemos que amamos? Porque o referimos sempre que estamos mais longamente com alguém? Como diferenciar a sua utilização superficial ou profunda?
Pois digo: Quem ama não volta a amar.
Caso o faça, ou cinicamente está na vida, ou não sabe o real significado desta enorme e luminosa energia.
Dizer, repetir e novamente gritar esta palavra, significa não acreditar nela.
Contudo outra questão se coloca. Se a frase acima listada é verdadeira, o que sucede quando efectivamente nos deparamos com emoções diferentes, essas sim que relacionamos com o enamorar?
Como acreditamos nós que o amor actual é diferente dos anteriores? Como acreditamos que o passado era enganador e somente agora sentimos com todas as fibras do nosso ser o significado de amar e ser amado?
Como fazer-nos acreditar em tal e fazer o outro acreditar no mesmo?
Amar,não é uma prisão, é uma entrega.
Será que nos entregamos sempre que o dizemos? Será que o usamos para satisfação carnal? Será que o usamos para em vã tentativa estabelecer uma união? Sabemos que mentimos quando o dizemos?
Ou acreditamos cegamente quando o dizemos ao outro? Neste caso amamos sempre com quem estamos?
E se estamos algumas vezes amamos sempre?
Por isso digo, mentirosos somos, ou iludidos estamos quando usamos esta palavra.
Pois somente uma vez ela é verdadeira! Sim só amamos uma vez!
O seu uso banalizado torna-nos simplesmente numa farsa, num enganar consciente ou inconsciente.
Por isso pensem! Pensem bem antes de dizer alguém : amo-te.
Não queriam ser superficiais, ou repetidamente cínicos ou alienados mentalmente.
NÃO SE AMA DEPOIS DE AMAR!
E tu amas, realmente, então grita bem alto, manifesta o teu sentimento, inunda-te a ti e ao outro deste banho dourado.
Partilha e vive!